30 de dez. de 2011


MENSAGEM DO MINISTRO YPUENA

Evento: Reunião de Componentes
Local: CTPY – Casa Transitória do Povo Ypuena
Data: 26/07/2009

Salve Deus!
Louvado Seja o Nosso Senhor Jesus Cristo...Meus filhos queridos, aqui estamos mais uma vez no cumprimento desta nossa missão, que é só nossa e hoje posso lhes dizer porque esta missão é só nossa. A origem deste povo, se considerarmos somente as passagens neste planeta, é sempre de pessoas simples, oriundas dos ciganos, de povos nômades que chegaram à Terra há mais ou menos oito mil anos e foram se reunindo à duras penas no interior do Continente europeu, onde hoje se situa a região próxima à Hungria. Ali nós vivemos filhos, muitas vezes em harmonia com a Natureza, ou com as naturezas. Havia, porém, um problema sério, de um povo que não obedecia as leis e que tinha as suas próprias leis, povo bondoso e gentil e no entanto, austero em demasia com os inimigos. Mais uma vez, depois da tragédia dos katsmoshy, dos quais muitos de vocês são oriundos, fomos nos reencontrando na Bahia, em Minas, até que, cumprindo o compromisso com o Pai Seta Branca, aqui estamos presentes... ontem, hoje e sempre em benefício das vítimas das guerras, das vítimas dos homens, das vítimas dos sistemas humanos que privilegiam a riqueza e o poder.
Salve Deus, meus filhos... nesses desencarnes em massa é fundamental que estejamos juntos aqui, no Templo e em corpo astral para ajudar esses espíritos que encontraram em acidentes a sua libertação terrena. Mesmo que doa e seja constrangedor aos olhos dos homens, os espíritos libertados nas chamadas tragédias humanas têm muito mais chance de voltar a Deus com mais rapidez que os outros. E sabem porque meus filhos? Por causa da assistência médica e científica do Astral Superior. Por causa da assistência deste Templo, desta raiz do Amanhecer, que se desloca com todas as suas forças no sentido de que nenhum deles se perca. Graças a Deus, meus filhos. Graças a Deus vocês ainda não têm olhos para ver, porque as hostes do mal, com paciência e persistência, plantaram aqui dentro desta terra sagrada sementes que ainda proliferam no coração de muitos jaguares, se esquecendo eles que também átomo por átomo foram por Deus constituídos. Olhem para o lado e analisem: é impressionante como a dureza do coração dos orgulhosos os impedem de enxergar quanto vale o dinheiro, meus filhos. Quanto valem as casas de luxo? Fazer dívidas com esse uniforme, meus filhos, é altamente constrangedor e eu não sei sinceramente qual o destino dos orgulhosos, porque se existe algum livro sagrado neste planeta, além do já existente, este livro se chama Vale do Amanhecer; ele vem ao seu encontro, abre os seus plexos, ilumina sua mente e racionaliza o seu coração. Qual o sacerdócio que fornece tudo isso, meus filhos, sem nenhum custo? Aliás, o único custo a pagar por vocês é a abstinência das bebidas, das drogas, e o aviso de não participar de outras doutrinas ou religiões. Salve Deus, meus filhos! Não há mais tempo para mais nada. Quem fez, fez, quem não fez ainda pode tentar porque só a Deus cabe o julgamento, não a vocês e muito menos a mim. Velem pelos seus filhos. Cuidado meus filhos, quando tiverem de sair de casa todos os dias em busca do pão nosso, não confiem em ninguém mas também não vivam à parte de uma sociedade que vocês também ajudaram a criar, dêem o exemplo e protejam o patrimônio público que pertence a toda uma nação. Se você tem demais, ajude o seu vizinho, sem no entanto, interferir em sua vida e sem deixar que ele saiba de onde partiu a ajuda, pois se souber, filhos, passa a ser servidão; é escravizar o outro, entenderam meus filhos? Salve Deus!
Cumpram os seus deveres. Não abandonem aos desvalidos. Eu ainda não vi um movimento que possa considerar duradouro aqui nesta casa para cuidar dos que vos procuram. Há limites, meus filhos, entre os planos. Eu poderia muito bem infringir regras, e permitir que o Mestre Lacerda ou um de vocês ficasse rico -- materialmente falando -- da noite para o dia. E daí meus filhos? E daí? Qual o custo de uma casa rica e um povo pobre? Certa vez Neiva -- Tia Neiva -- queixou-se a Pai Seta Branca de sua pobreza, dizendo que devia demais e que precisava pagar as dívidas. Que precisava ganhar na loteria. Ela tinha nas mãos um bilhete premiado, ainda não corrido, porém já premiado. Quando o Pai Seta Branca lhe disse: “ O que vale um templo de ouro e vazio, minha filha? É preciso que os seus filhos depositem ali dentro o sacrifício do seu trabalho” e do trabalho espiritual, referia-se ele também. É isso que conta meus filhos. É o tempo que você deixou de perder por ajudar ao próximo. É aquela parcela do seu tempo livre que você usa em benefício daqueles que nem sequer conhece. Porque, infelizmente, alguns jaguares ainda trabalham pensando que receberão algo em troca. Não existe o “é dando que se recebe”. Não aqui neste plano, refiro-me ao meu plano. Não existe o “é dando que se recebe” entre espíritos equilibrados porque fazer é obrigação, é dever. Doar sempre, a qualquer custo, sem interferir e sem prejuízo da sua própria jornada. Eu não permitirei que esta casa seja fechada, como tantas outras já o fizeram. Mas a cobrança, meus filhos, será depositada na porta de cada um de vocês, e para aqueles que dizem: “ah, eu nada pedi”, “eu não tenho compromisso porque não pedi”, graças a Deus, meus filhos!!!. Então retirem-se logo, enquanto ainda há tempo, porque de vocês que ficarem eu exijo o bom comportamento e a virtude dos ciganos, que trazem em seus espíritos até hoje a alegria com responsabilidade e trabalham com a satisfação. Eu fui claro, meus filhos? Graças a Deus!
Estamos nos aproximando de dias luminosos em que nada nos afetará. Aproveitem esta primavera, meus filhos, e coloquem em dia suas vidas espirituais, suas vidas materiais, o chamamento dos céus, o chamamento do Cristo chegou, e agora, meus filhos, não há tempo de sentir piedade de ninguém, porque cada um traçou o seu próprio caminho. Olhem mais uma vez ao seu redor e vejam as crianças que nasceram neste milênio, as que hoje têm entre 8 e 10 anos. Vejam o desenvolvimento que essas crianças já trazem, se comparadas a vocês há algumas décadas atrás. Elas só não nascem falando e raciocinando porque seria uma dupla covardia. Então, filhos meus, protejam os vossos filhos, por favor. Mães, respeitem-se. Dêem os seios aos seus filhos. Maridos e pais, respeitem vossas mulheres, vossas esposas, não se esqueçam de que um dia todos prestarão contas do que fizeram e do que deixaram de fazer. Não há como fugir disso, meus filhos. E mais uma vez eu repito: Deus não é juiz de ninguém, o seu juiz mora no seu corpo e ele é a sua individualidade. Livre da prisão deste corpo físico o raciocínio passa a ser universal e ai daqueles que tiverem de chorar, depois de ouvir essas palavras por tantas vezes sem terem cumprido suas missões. Chorem agora meus filhos, chorem agora que vocês têm as rédeas do dia e da noite, não é mesmo Lacerda? Construam agora enquanto a força física e o planeta físico ainda lhes garantem a vida. Sejam mansos de coração, humildes, mas não se deixem humilhar. Pode um obsessor, um mortinho, um recém-desencarnado, seja lá quem lhe bater a porta, com carinho. Conversem sobre o amor, meus filhos, sobre a esperança de um mundo melhor, o que já está sendo construído pelas divindades de Deus Pai Todo Poderoso. Saibam que não estamos sozinhos. É porque a hora do reencontro ainda não chegou. Por isso meus filhos, preparem-se. Lembrem-se dos sinais no horizonte. Não amedrontem as pessoas que já têm medo da própria noite e do amanhã. Expliquem com carinho que o mundo não irá acabar. Isso é um absurdo. Pensar que Deus perderia sua maior obra em um desastre universal. Deus é Deus, meus filhos, e sua palavra é o verbo. É ele quem dita as regras. Se um meteoro cair neste instante aqui dentro, foi porque ele permitiu. Não compactuem com os catastrofistas, aproveitadores de primeira e de última hora, que jogam com o medo alheio para beneficiar-se financeiramente. Tudo tem um começo, um meio e um fim. Tudo é reciclável, tudo é reciclado, inclusive, o planeta.
Salve Deus, Lacerda, agora meus filhos, eu gostaria que todos se levantassem e fizessem as suas emissões, seus desejos e completem com a entrega dessas energias com o Obatalá meus filhos. Sejam breves.
Todos se sentem bem? Então Meus filhos, levem para suas casas, seus locais de trabalho, as grandezas que pudemos perpetrar com esta simples cerimônia. Levem e curem, filhos. Curem sempre com amor, com carinho, sem demonstrar falsa sabedoria e se calando quando não souberem responder. Desejo que fique em seus corações o meu amor eterno, como fica no meu, o rosto, a fotografia e o coração de cada um de vocês. Que Jesus vos acompanhe e nos conceda uma próxima oportunidade. Por favor, saiam sem fazer barulho, meus filhos, e que o Mestre Jesus vos acompanhe.
Salve Deus!

Vale do Amanhecer/DF, 26/07/2009

A INFANCIA DE TIA NEIVA


A INFÂNCIA DE TIA NEIVA

(Relato de Tia Neiva ao Adjunto Ypuena Mestre Lacerda, no ano de 1979)

 

"Meus filhos jaguares: Voltemos atrás, antes de terminarmos o esboço desta história. Sei que não há acaso; todas as coincidências são significativas a nossa época. Vivemos simultaneamente a era do espaço da psicologia das profundezas e dos horóscopos; vivemos uma época de transmutação em que as barreiras são derrubadas, e os seus reinos, que até então eram reservados e cultivados, são violados por qualquer sinal vindo do extra-senhorial, desde que seja para o enriquecimento dos seus conhecimentos. Veremos o que podemos tirar de proveito desta minha vida de infância. Salve Deus.
Sei que fui nascida em Sergipe numa cidade sertaneja chamada Propriá. Assim começou a minha família. João de Medeiros Chaves e Pedro de Medeiros Chaves, dois irmãos holandeses muito unidos, que foram deportados de sua pátria por questões políticas. Já em alto mar, os dois ficaram sabendo qual seria seu destino. Destemidos, combinaram e então largaram-se no mar. E ainda no convés, fizeram o compromisso de que quem cansasse primeiro ficaria, e o outro não olharia para trás. Pedro não resistiu e afundou e João seguiu o seu destino. Chegando nas costas do Estado de Sergipe, onde formou uma enorme família. João de Medeiros Chaves se instalou na Fazenda Cabo Verde, localizada a alguns quilômetros de Propriá, e dominou toda aquela região e, sendo valente e honesto, logo tornaram-no um coronel. Naquela época, os escravos lhe tinham como verdadeiro amigo, sendo considerado o juiz dos desamparados. João de Medeiros Chaves teve muitos filhos, dos quais Pedro, meu avô. Justamente Pedro, o nome do que havia morrido no mar. Com a morte, seus filhos continuaram a obra. Todos os membros da família se orgulhavam do seu valente tronco e faziam questão de que todos nós soubéssemos desde o princípio.
Mais tarde, meu pai casou-se com a filha de Luiz Seixas (vulgo Lulu) e foi uma luta para que meu nome deixasse de ter “Medeiros”. Passei a me chamar Neiva de Medeiros Chaves, em vez de Neiva de Seixas Chaves. Meu pai, Antônio de Medeiros Chaves, e José de Medeiros Chaves, resolveram partir. José de Medeiros Chaves (vulgo Juca) viajou para Belo Horizonte, onde veio a ser presidente da Assembléia Legislativa e meu pai ficou no Sul da Bahia, deixando Pedro de Medeiros Chaves, Manoel de Medeiros e Gracinha, já casada com Tio Quincas. O seu primo e mais três, que, desgostosas, foram para o Convento e se enclausuraram como irmãs Carmelitas do Verbo Divino: Zozó, Zezé e Betina.
Enquanto o meu pai vivia com dificuldades, pois deixara toda aquela fortuna, os outros fizeram inventário sozinhos. Ainda em vida papai deu a sua procuração para o meu tio Pedro, que cuidava da minha avó. Por volta de 1930, meu pai foi ser administrador de três fazendas de propriedade do Senhor Amorim. Lembro-me que chegamos na famosa Fazenda Pinheiro, localizada nas proximidades de uma cidadezinha do Sul da Bahia, conhecida por Água Preta. O casarão da fazenda era uma verdadeira mansão. Lembro-me que fomos num trem elétrico e saltamos bem perto. Crimes, verdadeiro cangaço. Meu Deus, dentre eles um fato importante, quando eu ainda estava nesta fazenda. José Pinto e o Senhor Vicente, estes eram os meus amigos. Vicente era o barbeiro da fazenda e Zé Pinto uma espécie de capataz. Certo dia, Zé Pinto foi festejar São João na Fazenda Grajaú, levando nas costas um caixão de bombas, rojões e pólvora, coisas próprias dos festejos de São João. Vi quando meu pai lhe advertiu: “ Se você cair, tudo isso irá explodir”. Todavia, Zé Pinto se foi e não sei quanto tempo depois ouviu-se um estampido. Vi Zé Pinto despedaçado no chão, todo mutilado: Isso deveria ser a uma distância de cinco quilômetros. Saí gritando. Meu pai ouvira o estrondo e, desesperado, saiu correndo em busca de notícia.
Ninguém se preocupou com isso, porém, depois, quando ele foi socorrido, conheceram quem deu a notícia. Porém, papai me perguntou. Eu disse o que tinha visto e ele riu muito e ficou por isso mesmo. Depois, Zé Pinto foi num trem elétrico e não sei quanto tempo depois retornou todo mutilado e com seu espírito forte e alegre, porém ficou muito doente, a ponto de chegar na hora da morte.
Faltava aproximadamente meia hora para a morte dele, quando cheguei perto e disse: “ Zé, seu Leonardo está dizendo que se você morrer com a perna quebrada vão serrar a sua perna e puxar com sua mão de anjinho. Eu ouvi ele dizer: ele morreu”. Enquanto isso, o Sr Vicente barbeiro foi convidado para fazer um saque em Água Preta, o distrito responsável por toda a região (de um caso a outro, porque não tenho noção do tempo), mas o fato é que o Sr Vicente barbeiro me deu uma caixinha com tesoura e tudo, dizendo: “Vou te dar tudo porque não vou mais trabalhar. Vou ficar rico, só não te dou a navalha porque é perigosa”. Foi horrível, uma madrugada em que todo mundo acordou.
Cesário Falcão e João Gomes, os dois chefes do Cangaço, passaram com seus “cabras” na estrada, que era em frente à Casa Grande, 40 cabras, quando eu ouvi papai dizendo: “Loucos, vocês fazem parte deste cangaço!... Sumam daqui pelo amor de Deus. Seu Chaves, pelo amor de Neivinha”. Papai preparou uma mochila de comida e disse novamente para eles sumirem dali e eles desapareceram.
No entanto, do meu quarto eu via e ouvia tudo, os dias se passavam e eu estava sozinha debaixo da castanheira, como era o meu costume, quando papai chegou e disse: “Neivinha, vá para dentro”. Todavia, quando olhei, os dois homens estavam atracados com os seus facões. Comecei a gritar, porém, ninguém me ouvia. Meu pai apartou a briga e quando olhei, um já terminava, quando dizia para papai que o Vicente barbeiro havia voltado. Ele virou-se para a mamãe e disse: “Oh Sinhazinha, o Vicente barbeiro foi encontrado com um balaço. Pensamos que ele havia sido salvo da volante. Foi melhor assim do que passar aquela humilhação da maneira que vimos”. Sim, eu o vi amarrado de costas no rabo dos cavalos.
Foi uma cena que não esquecerei jamais, eu tinha apenas cinco anos aproximadamente. Meu filho Lacerda, se tiveres paciência comigo, todas as noites nós vamos escrever mais um pouquinho, viu meu filho? Agora vou atender a umas pessoas no Templo, que estão me esperando. Mãe Tildes está aqui me dizendo que aquelas pessoas estão sofrendo muito e que vêm de longe...! Salve Deus..."

Tia Neiva
Vale do Amanhecer, 1979

(Mestre Trino Nestor) Por muitos anos foi o ouvidor geral do amanhecer através deste site. Ele atendia com amor aos milhares de mestres, ninfas e visitantes que tinham alguma dúvida, algum esclarecimento ou pedidos. Assim, depois de sua passagem aos planos espirituais deixamos este espaço em aberto para que todos sintam sua força de coragem.
ARAKEN é um Raio ou Raiz do Oráculo de Simiromba (*), Terceiro Sétimo de Xangô, é Mestre Lázaro, responsável pelos transportes e pela Lei de Causa e Efeito. É energia extra-cósmica que nos assiste nos trabalhos de Contagem. Nestor Sabatovicz representa o Trino Araken, Executivo da Doutrina do Amanhecer.
Tia Neiva, em 1976, deu ao Trino Araken a seguinte mensagem: · “Havia um jovem, culto e de grande formação espiritual, e tinha o Templo do Sol, onde existia o Conselho dos Sete e onde todos pensavam que ali se registravam os maiores mistérios. Este nosso jovem personagem, valendo-se de seus poderes de príncipe daquele povo, chegou e bateu à porta do Templo do Sol. Quando o Guardião abriu a porta, arrogantemente exigiu sua entrada e explicações sobre os segredos. Para sua surpresa, o Guardião bateu-lhe com a porta no rosto e ele, muito revoltado, voltou para casa. No outro dia, ele novamente voltou a bater na porta do Templo e tornou a levar a porta no rosto. Quando chegou à sétima vez, este jovem príncipe já estava com medo de suas reações e do que ele poderia fazer para entrar. Bateu novamente no Templo do Sol, mas o Guardião sequer deu oportunidade para que ele fizesse o que pretendia, e fechou a porta. Ferido em seu orgulho e na sua vaidade de príncipe, ele se sentou nos degraus, junto à porta do Templo, e aguardou. Dormiu e sonhou. Sonhou com alguém que lhe dizia: “Filho, meu príncipe! Há poucos sábios e muitos príncipes! Teus súditos te querem matar, te trair. Expulsei-te da porta do Templo para que não morresses, porque, pela tua intolerância, pelo teu orgulho, teu povo te quer matar. Para que possas conhecer o meu segredo terás que ter a simplicidade de uma criança, a força de um leão, o amor dos justos, tuas mãos limpas, a humildade e a tolerância das raízes da árvores! Só assim serás aceito no Conselho dos Sete e penetrarás no Templo Real!”. O Sol já tinha se levantado quando ele acordou, suado, com o Sol batendo em seu rosto. Ouviu o ranger da porta do Templo que se abria, e se deparou com o Guardião à sua frente. Não teve forças para se levantar, mas sorriu e gritou: “Salve bendita ilusão! Eu te conheço pelos teus olhos... Como fui vaidoso e orgulhoso não pude te entender!” e, beijando-lhe os pés, pediu: “Oh, meu Mestre, me perdoe!” Então, ambos se abraçaram e choraram pela redenção de uma nova Doutrina!” · “Salve Deus, Nestor, meu filho Jaguar! Jubilosa intimamente por tudo que tens me proporcionado no desenrolar de nossa missão, espero sempre, meu filho, que novos mundos, novos conhecimentos, sejam de bom aproveitamento. Hoje temos muitos jovens como você, por isso vou narrar a linda passagem de um jovem, culto e de grande formação espiritual. Interessante... No grande Templo do Sol vivia o Conselho dos Sete. Todos pensavam que ali se registravam os grandes mistérios. O nosso jovem personagem, valendo-se de seus poderes de príncipe daquele povo, foi, com toda a sua arrogância, bater à porta do Conselheiro, exigindo sua entrada e muitas explicações. Porém, o velho guardião bateu-lhe a porta no rosto! Frustrado e odiando aquele povo, voltou - e foi sempre a mesma coisa - até que, na sétima vez, ele teve medo de sua reação. O guardião não lhe dava forças de reagir como ele gostaria. Sentou-se num degrau e adormeceu. Sonhou com o guardião, que lhe dizia docemente: “Meu Príncipe, lá fora teus homens de traem! Expulsei-te para que não morresses aqui. És arrogante demais e o teu povo quer te matar. Há poucos sábios e muitos príncipes. Só saberás o meu Segredo dos Sete se tiveres a simplicidade de uma criança, a força de um leão, limpas as tuas mãos, o amor dos justos, a humildade e a tolerância das raízes das árvores. Então, entrarás no Conselho e visitarás o Templo Real!” O sol se abatia sobre seu rosto suado quando abriu os olhos, sorrindo. Ouviu a porta abrir-se mas não teve forças para se levantar. Vendo o guardião de pé, à sua frente, gritou: “Oh, meu mestre, salve os deuses! Fostes tu!... Reconheço os teus olhos... Como pude ser tão insolente?” Beijando os pés do mestre, juntos choraram as lágrimas da redenção de uma nova Doutrina! Assim, meu filho, nada recebemos sem o devido preço. Jesus, o nosso Guardião, nos dá a contagem dos Sete Guardiões, por quem dorme em sua porta. Carinhosamente, a Mãe em Cristo, Tia Neiva (9.4.78)

              QUEM FOI TIA NEIVA?

Com a aproximação do Terceiro Milênio, surgiu a necessidade de mais uma vez ser feita a integração das raízes capelinas neste planeta.
     Um espírito foi preparado, na Espiritualidade Maior, para trazer à Terra a Doutrina de Pai Seta Branca, após experiência de muitos milênios, portando a força dos Equitumans, a ciência dos Tumuchy e tendo como principal missão a reunião dos Jaguares e a criação da figura inovadora do Doutrinador, manipulando as forças projetadas pela Corrente Indiana do Espaço e pelas Correntes Brancas do Oriente Maior.
     Reencarna no sertão brasileiro, em Propriá, Sergipe, como uma menina que se chamou Neiva, nascida a 30 de outubro de 1925 e que desencarnou em Brasília, DF, no dia 15 de novembro de 1985, já tendo cumprido sua jornada em meio a muitas dificuldades e grandes realizações.
     Em 1949, com 22 anos e quatro filhos, Neiva ficou viúva e teve que buscar seu sustento. Começou sua vida profissional em Ceres, onde montou o Foto Neiva, tirando retratos e vendendo material fotográfico, mas teve que desistir, por recomendação médica. Com sua forte personalidade, ela não se deixou abater. Comprou um caminhão e tirou habilitação profissional, a primeira concedida a uma mulher no Brasil, e começou a transportar cargas por todo o país.
     Sua filha Carmem Lúcia relembra, saudosa, essa época: Nossa vida era muito boa! Tudo, ao lado de mamãe, era divertido. Parecia até que o caminhão escolhia o lugar certo para quebrar alguma peça ou furar o pneu. Se era perto de um rio, nós descíamos para tomar banho e brincar, enquanto ela preparava alguma coisa para a gente comer. De vez em quando, ela tirava o violão da sacola e começava a tocar...
     Sempre em lutas e preocupações permanentes – os pais, que não aceitavam aquela estranha profissão para uma mulher; os sogros argentinos, que queriam a guarda dos dois seus filhos meninos; os estudos das crianças, etc. – Neiva saiu de Ceres e fez verdadeira peregrinação por outros lugares: Uberlândia (MG), Barretos (SP), Paranavaí (PR) e Itumbiara (GO).
     Em 1957, fixou-se em Goiânia (GO), e passou a dirigir ônibus, porém mantendo seus caminhões em serviço. Nesse mesmo ano, com a oportunidade da construção da nova capital – Brasília -, Neiva mudou-se com a família para o Núcleo Bandeirante, ponto inicial das obras da nova cidade, trabalhando com caminhões na NOVACAP.
     Ainda com 32 anos, sua mediunidade abriu-se: revelou-se sua clarividência. Durante mais um tempo, Neiva via e ouvia os espíritos e podia prever o futuro e revelar o passado das pessoas, o que a deixava desesperada por ter tido uma formação familiar rigorosamente católica.
     Sua trajetória, então, passou por penosa adaptação para aceitação de sua missão.
     O potencial de Tia Neiva não pode ser resumido na clarividência, pois ela foi dotada de mediunidade universal, isto é, possuía todos os tipos de mediunidade, qualidade peculiar de um ser Iluminado, pois, segundo a Lei dos Grandes Iniciados, somente um Iluminado pode iniciar alguém.
     Essa condição permitiu que, dentro de modesta e simples condições, Tia Neiva vivesse e agisse, simultaneamente, em vários planos existenciais com plena consciência em cada um desses planos, visualizando o passado ou o futuro, traduzindo suas visões em termos coerentes e racionais.
     Podia ver e conversar com seres de outras dimensões e de planos inferiores ou superiores, realizava transportes e desdobramentos, o que permitiu que fizesse um curso no Tibete, com o Mestre Humarram, sem que seu corpo físico de deslocasse do Vale do Amanhecer.
     Em 1958 deixou o Núcleo Bandeirante, onde começara sua missão espiritualista, e junto com seus filhos Gilberto, Carmem Lúcia, Vera Lúcia e Raul, e mais cinco famílias espíritas, fundou, em 8 de novembro de 1959, a União Espiritualista Seta Branca - UESB, na Serra do Ouro, próximo a Alexânia, Goiás, dando início à missão que recebera de Pai Seta Branca. Em um rústico templo iniciático, pacientes eram atendidos pelos médiuns que ali residiam, em construções de madeira e palha. Tia Neiva mantinha ali, também, um hospital e um orfanato com cerca de oitenta crianças. Plantavam, faziam farinha para vender, pegavam fretes, e tudo era válido para ajudar na manutenção do grupo.
     Em 9 de novembro de 1959, Tia Neiva ingressou na Alta Magia de Nosso Senhor Jesus Cristo.
     Em 1964 mudou-se para Taguatinga, onde funcionou a Ordem Espiritualista Cristã, e sendo Tia Neiva mais uma vez internada por causa da tuberculose.
     Após trabalhosa busca para encontrar o local certo para se fixar, Tia Neiva e seu grupo chegaram a Planaltina, DF, em 9 de novembro de 1969, onde fundou o atual Vale do Amanhecer.
     Pela Doutrina, Tia Neiva implantou a importante conduta doutrinária em seus médiuns, capacitando-os ao atendimento sob a ação das forças iniciáticas, sem precisar da manifestação dos pacientes, que não precisam revelar quem são, o que fazem ou de onde vêm.
     Vivificando o Evangelho de Jesus, simples e humana, foi Tia Neiva uma grande mãe para todos nós, sempre nos tratando com amor e carinho, compreensão e tolerância, suavemente nos impondo o respeito e a obediência a ela devidos como líder de uma Corrente cuja grandeza e limites não podemos alcançar.
     Sua vida, suas dificuldades, seu sofrimento, sua Doutrina, de tudo consta uma grande parte nos diversos trabalhos editados pelas Obras Sociais da Ordem Espiritualista Cristã, atual entidade que administra o Vale do Amanhecer - “Sob os Olhos da Clarividente”, “2000 - A Conjunção de Dois Planos” e “Minha Vida, Meus Amores”.
     No Evangelho de João (XIV, 12 a 17 e 26), nos é transmitida a palavra de Jesus: Na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai! E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei! Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre: o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós os conheceis, porque habita convosco e estará em vós! (...) Mas aquele Consolador  - o Espírito Santo – que o Pai enviará em nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito!
     Na Doutrina do Amanhecer, sabemos que somos espíritos imortais, dotados de livre arbítrio e da consciência de nossas missões, trazendo em nosso espírito as marcas das vivências em diversos mundos, em diferentes épocas, buscando o nosso desenvolvimento para que melhor possamos manipular as forças que nos competem, agindo na Lei do Auxílio em benefício de nossos irmãos encarnados e desencarnados, aliviando nosso carma pela Lei de Causa e Efeito, procurando a afinidade com nossos irmãos evoluídos e a harmonia com os Espíritos de Luz, através da busca do conhecimento e aprimoramento de nossa conduta doutrinária.
     E tudo isso devemos à nossa Mãe Clarividente, Tia Neiva, Koatay 108, que representa, para nós, aquele ESPÍRITO DA VERDADE, porque nos trouxe uma nova esperança, através desta Doutrina que nos libertou de dogmas religiosos e superstições, fazendo, em nossas mentes, a substituição de velhos ensinamentos, que exigiam a fé cega e desprezavam a razão, por noções simples e claras, com bases científicas, com idéias diretas e profundas que nos permitem entender o Universo que nos cerca, buscando o precioso veio da verdade nas diferentes correntes, religiões, seitas e filosofias, onde podemos buscar as grandes linhas trazidas de Capela, nos harmonizando e conciliando a Fé e a Ciência que nos impulsam para a Nova Era.
     Em mensagem de 9 de abril de 1978, Tia Neiva nos disse: “... É somente pela força do Jaguar, nesta Doutrina do Amanhecer, e na dedicação constante de nossas vidas, por amor, que podemos manipular as energias e transformar o ódio, a calúnia e a inveja em amor e humildade, nos corações que, doentes de espírito, permanecem no erro. Quantos de perdem por falta de conhecimento e por não terem a sua lei. Nós temos a nossa Lei, que é o amor e o espírito da verdade! Vamos amar, e na simplicidade de nosso coração, distribuir tudo o que recebermos, na Lei do Auxílio, aos nossos semelhantes...”  Fazemos aqui apenas este registro singelo, como uma pequena homenagem a este grandioso espírito.
[Fonte: Observações Tumarã]